sexta-feira, 30 de novembro de 2007

COROA DO ADVENTO

COROA DO ADVENTO

O que é

Entre os símbolos do ciclo do natal temos a coroa do advento, que contém uma linguagem do silêncio, mas que fala forte através do círculo, da luz, das cores, dos gestos correspondentes.

Origem

Surgiu na Alemanha, no século dezenove, mais exatamente nas regiões evangélicas, situadas ao norte.
Os colonos, para comemorarem a chegada do natal, a noite mais fria do ano, acendiam fogueiras e sentavam-se ao redor. Mais tarde, não podendo acendê-las dentro de casa, tiveram a idéia de tecer uma coroa de ramos de abeto (uma espécie de pinheiro), enfeitando-a com flores e velas.
No inverno rigoroso dos países frios todas as árvores perdem suas folhas, somente os pinheiros resistem, sendo, dessa forma, um sinal de que a natureza não morreu totalmente.
No início do século vinte, os católicos adotaram o costume de colocar a coroa nas suas igrejas e casas. No Brasil, o uso certamente provém dos missionários que vieram da Alemanha, ou de brasileiros que, tendo conhecido o uso da coroa na Europa, a introduziram nas comunidades.

A forma circular

Sem começo e sem fim. A circularidade está ligada à perfeição. O redondo cria harmonia, junta, une. Lembra ainda para nós, que somos integrantes de um mundo circular, onde o processo do universo e da vida é cíclico: o círculo do ano, do tempo, o ir e vir da história, sempre marcado pela presença daquele que é Luz do mundo.

As velas

Nos países do norte da Europa, durante o inverno, as noites são mais longas que os dias e a luz do sol brilha pouquíssimo, quando não fica totalmente escondido pelas nuvens. Por isso, lâmpadas, velas, são indispensáveis e muito apreciadas. Mesmo para nós que somos cumulados com a luz do sol, a luz da vela tem muito significado.
No advento, a cada domingo, acende-se uma vela da coroa. De uma a uma, a luz vai aumentando, até chegar à grande festa da Luz que proclama Jesus Cristo como Salvador, sol do nosso Deus que nos visita, que arma sua tenda entre nós (cf. Jo 1, 1-14).
Quanto à cor das velas, normalmente é usada a vermelha que, em quase todas as partes do mundo, tem o significado do amor.
No Brasil, somos marcados profundamente pelas culturas indígena e afro, onde o brilho das cores, da festa, da dança, da harmonia com o universo, está presente de uma maneira esplendorosa e reveste as celebrações. Dessa forma temos o costume de utilizar na coroa, velas coloridas, uma de cada cor.

O verde

É sinal de vida. Nem tudo está morto, há esperança. Mesmo nos países tropicais, quando tudo está seco, sedento, com a chuva a vida brota, tudo fica verde e traz a esperança dos frutos e anuncia a vida.

Vem vindo, a libertação...

O advento é marcado pela atitude de espera vigilante a fim de captar todos os sinais que Deus vai nos revelando.
Desde o primeiro domingo, somos interpelados (as) como Isaías, João Batista e Maria, a fortalecer a esperança, assumir a história de uma maneira diferente, lutar para por fim a uma cultura de morte e proclamar com atos e palavras que a vida é mais forte. De domingo a domingo vai crescendo em nós, na comunidade, no universo inteiro, a certeza de que a luz brilha nas trevas e que Deus nos ama a tal ponto que se faz gente como nós. E assim, o dom vai crescendo em nós e nos tornando capazes de ir ao encontro das outras pessoas, de esparramar no mundo a solidariedade, a esperança, a justiça, a paz...
Com certeza, utilizando a coroa nas comunidades, com toda a dimensão simbólica que ela contém, será sinal que nos ajudará a “enxergar” e a experienciar mais profundamente todo o sentido da espera do Salvador.

O acendimento da coroa

É preciso preparar antecipadamente a coroa no local da celebração.
No material utilizado, usar de preferência o natural. É preciso prevalecer a verdade dos sinais.
Também na decoração da coroa, não usar muito brilho, pois procedendo dessa maneira estaríamos antecipando a festa da plena luz, que é o natal, e deixando de experimentar a feliz espera da manifestação do Senhor que acontece nas festas do natal.

Sendo o altar símbolo do Cristo, é recomendável não colocar a coroa sobre o mesmo.
(Texto copiado de um panfleto do Apostolado litúrgico, recebido no encontro de preparação do Advento).

ADVENTO

ADVENTO
Advento é uma palavra latina que significa aproximar-se, vir chegando aos poucos.
O Advento é uma comemoração cristã que tem seu início no quarto Domingo antes do Natal. É o ponto de partida e de chegada do ano Litúrgico. É o tempo de expectativa diante do Cristo que irá nascer.
A espiritualidade está focalizada na esperança e Purificação da vida. O ensinamento da Igreja Católica está direcionado para o anúncio da vinda do Messias e lembra a espera da humanidade, escrava do pecado, pelo libertador. Por isso é tempo de penitência e conversão. A cor rosada no altar, na mesa da palavra e nas vestes litúrgicas lembra-nos uma espera alegre, enche nossos corações de esperança e nos ajuda a distinguir do tempo quaresmal, marcado pelo roxo de penitência.
Entre os símbolos, a Coroa do Advento ou Guirlanda, é o primeiro anúncio do Natal. É feita com ramas verdes em sinal de esperança, onde prendemos quatro velas que serão acesas a cada domingo antes do Natal. Quando a Coroa estiver pronta, significa que o tempo chegou..
Celebraremos no dia 02/12/07 o primeiro Domingo do Advento, seguindo-se por quatro semanas até o dia 23/12/07.

1° DOMINGO
Normalmente as velas da coroa são acesas no início da celebração.
Uma pessoa entra com a vela acesa (pode ser uma mulher grávida). Enquanto isso, a comunidade canta:
Vem vindo a libertação, ergam a cabeça, levantem do chão.

Chegando à frente, diz a oração:
Bendito sejas, Deus bondoso, pela luz do Cristo, sol de nossas vidas, a quem esperamos com toda a ternura do coração.

Em seguida, coloca-se a vela na coroa. Enquanto isso repete-se o refrão:
Vem vindo a libertação, ergam a cabeça, levantem do chão.

2° DOMINGO
A mesma coisa do primeiro domingo.

3° DOMINGO
Uma pessoa entra com a vela acesa ( pode ser uma mulher grávida). Enquanto isso, a comunidade canta:
Abra a porta, abra a janela, venha ver quem é que vem! É Jesus que vem chegando, ele é o nosso bem!

Chegando à frente, diz a oração:
Bendito sejas, Deus bondoso, pela luz do Cristo, sol de nossas vidas, a quem esperamos com toda a ternura do coração.

Em seguida, coloca-se a vela na coroa. Enquanto isso repete-se o refrão:
Abra a porta, abra a janela, venha ver quem é que vem! É Jesus que vem chegando, ele é o nosso bem!

4° DOMINGO
A mesma coisa do terceiro domingo.

domingo, 25 de novembro de 2007

Como ler a Bíblia

Como ler a Bíblia

A leitura bíblica muitas vezes é indicada por abreviaturas, números e letras. Para aproveitar melhor essas indicações, veja como buscar corretamente os textos bíblicos.
A ordem será sempre essa:
Título do livro (abreviatura), capítulo e versículo – a vírgula (,) separa o capítulo do versículo e não se coloca espaço após o sinal. Exemplo: Ef 4,21 (Epístola aos Efésios, capítulo 4, versículo 21).
Além dessa indicações, existem alguns complementos, como o ponto (.), que indica um pulo (Jt 1,8.13 – Judite, capítulo 1, versículos 8 e 13).
Já o traço (-) indica que o intervalo todo deve ser lido. Se a indicação for Is 3,1-9, deve-se ler do livro de Isaías, no capítulo 3, os versículos de 1 a 9, inclusive. O traço também pode significar que a leitura deve se estender de um capítulo a outro. Por exemplo: Jó 11,6-13,12. Então, no livro de Jó, deve-se ler do capítulo 11, versículo 6 até o capítulo 13, versículo 12.
Outro símbolo importante é o ponto e vírgula (;), que separa as indicações dentro de um mesmo livro, ou até mesmo de livros diferentes. Ecl 3,6;7,14 – Eclesiastes, capítulo 3, versículo seis e capítulo 7, versículo 14. Ou então Mt 2,3;Lc 7,4 – Evangelho Segundo São Mateus, capítulo 2, vesículo 3 e Evangelho Segundo São Lucas, capítulo 7, versículo 4.
Outra variação na leitura bíblica é o aparecimento de algumas letras, como um esse (s) ou dois esses (ss), que indicam a leitura de um ou mais versículos logo após o indicado. Então se você encontrar Dn 3,1s siginifica que você deve ser o livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1 e seguinte. E se estivesse Dn 3,1ss? Então deveria-se ler Daniel, capítulo 3, versículos 1 e os dois seguintes.
Outras letras, como (a), (b) ou (c) indica que se deve ler uma parte específica do versículo. Por exemplo, Jo, 21,20a: Evangelho Segundo São João, capítulo 21, a primeira parte do versículo 20. Se estivesse a letra (b) após a indicação do versículo a leitura seria a segunda parte do versículo e (c), a terceira parte. Se o livro possuir apenas um capítulo, então aparecerá apenas a indicação do livro e do versículo. Jd 18 (Epístola de São Judas, versículo 18).
Mas se não houver nenhuma pontuação, significa que todo o capítulo deve ser lido. Em 1Jo 5, deve-se ler a todo o capítulo 5 da Primeira Epístola de São João.

A BÍBLIA

Bíblia – A Bíblia é um conjunto de livros (73) que revelam a vida de Deus presente na história dos homens. Na Bíblia encontramos a Palavra de Deus expressa pela palavra dos homens, revelando o projeto de Deus, que transforma a história e a leva em direção à liberdade e à vida plena para todos.
1) A Bíblia é conhecida por vários nomes: Bíblia Sagrada, Livro Santo, Sagradas Escrituras, Palavra de Deus.
2) Foi escrita durante um período de aproximadamente 1600 anos, mais de 40 gerações, por cerca de 40 autores, das mais diferentes atividades, tais como: reis, camponeses, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc.: Moisés, um líder político: Pedro, um pescador: Amós, um boiadeiro, Josué, um general; Neemias, um copeiro; Daniel, um diplomata; Lucas, um médico; Salomão e Davi (reis e poetas); Mateus (cobrador de impostos); Paulo (rabino); Esdras (escriba e sacerdote).
3) Foi escrita em diferentes lugares: no deserto; numa masmorra; nos palácios de Susã, na Pérsia; nas prisões; em viagens; numa ilha, exilado.
4) Escrita em três continentes: Ásia, África e Europa. Em três idiomas: hebraico, aramaico e grego.
5) A Bíblia cristã é dividida em duas partes: o Antigo e o Novo Testamento. Podemos também dizer: Antiga e Nova Aliança.
6) O Antigo Testamento é uma coleção de 46 livros onde encontramos a história de Israel, o povo que Deus escolheu para com ele fazer uma aliança. Portanto, o AT é a história de um povo: mostra como surgiu, como viveu escravo no Egito, como possuiu uma terra, como foi governado, quais as relações que teve com outras nações, como estabeleceu suas leis e viveu a sua religião. Apresenta seus costumes, sua cultura, seus conflitos, derrotas e esperanças.
7) Os cinco primeiros livros da bíblia fazem parte de um bloco literário denominado Pentateuco: Gênesis (primeiro livro da Bíblia e retrata as origens do mundo); Êxodo (a saída do Egito e a experiência do Deus Javé que se compadece com a dor humana); Levítico ( contém a lei dos sacerdote da tribo de Levi); Números (recolhe um conjunto de leis que procuram contribuir para a solução dos problemas surgidos) e Deuteronômio (ou a “segunda lei”). Os judeus chamam essa parte da Bíblia com o nome de Torá, que significa Lei.
8) Depois vem os Livros Históricos (16) que ocupam a maior parte do AT. Neles encontramos a história de Israel e do judaísmo, desde a conquista da terra prometida até quase a época do NT: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Formam um relato mais ou menos contínuo, apresentando a história do povo desde a conquista da terra até o exílio na Babilônia; 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias: abarcam o tempo do pós-exílio babilônico até os meados do séc. III a.C; Rute, Tobias, Judite e Ester. Mais do que história propriamente dita, esses livros são narrativas; 1 e 2 Macabeus. Relatam a resistência heróica de um grupo de judeus diante da dominação estrangeira que ameaçava destruir a identidade cultural e religiosa da comunidade judaica.
9) Logo após vem os Livros Sapienciais, que é o nome dado a cinco livros do AT: Provérbios, Jó, Eclesiastes, Eclesiásticos e Sabedoria. A esses são acrescentados dois livros poéticos: Salmos e Cântico dos Cânticos, que apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel.
10) Para encerrar o AT vem os Livros Proféticos (18), que testemunham a vida e atividade de homens que possuem fé profunda e vigorosa e procuram levar o povo a um relacionamento sempre renovado e responsável com o Deus que julga e salva. Podem ser dividido em profetas maiores e profetas menores. Não porque uns sejam mais importantes que outros, mas simplesmente pela extensão de seus escritos. Os maiores são quatro; Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel; os menores são treze: Baruc, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Lamentações é um livro atribuído ao profeta Jeremias.
11) O importante, porém, é que o AT é a história desse povo em aliança com Deus. O AT mostra como esse povo se comportou em relação a Javé, e qual é o projeto que Deus quis realizar no meio da humanidade através desse povo. Esse projeto aparece bem claro nesses livros: considerar somente Deus como o Absoluto, para que as relações entre as pessoas possam ser fraternas e ter como centro a liberdade e a vida.
12) Vendo como esse povo (Israel) foi fiel ou não a esse projeto e como Deus agiu no meio dele, poderemos nos aproximar com mais compreensão da outra parte da Bíblia, chamada Novo Testamento.
13) O Novo Testamento ou Nova Aliança é a parte da Bíblia onde encontramos o anúncio da pessoa de Jesus Cristo. Sua mensagem central é o próprio Filho de Deus, que veio ao mundo para estabelecer a aliança definitiva entre Deus e os homens. Jesus, o Filho de Deus, se encarnou na terra e na história concreta do povo de Israel, assumindo sua história, tradições, cultura e religião. Bem cedo a comunidade cristã percebeu que Jesus havia realizado todas as promessas, trazendo o Reino de Deus para a história. E foi com a luz do AT que os primeiros cristãos compreenderam o significado da pessoa e da atividade de Jesus e produziram, pouco a pouco, os escritos do Novo Testamento. A mesma tarefa cabe a nós: ler e meditar o AT, a fim de compreender a pessoa de Jesus e continuar a sua palavra e ação na história.
14) O NT agrupa vinte e sete livros, conformes temas e estilos diferentes: Evangelhos, Atos dos Apóstolos, Cartas e Apocalipse. Os Evangelhos são quatro formas de anunciar Jesus, escritas no ambiente de comunidades diferentes; Os Atos dos Apóstolos são a segunda parte do evangelho de São Lucas e mostram como o anúncio de Jesus e a formação das comunidades cristãs se expandiram, chegando a Roma, centro do mundo naquela época; As cartas ou epístolas são escritos dirigidos às primeiras comunidades cristãs; o Apocalipse de são João é livro escrito em linguagem figurada, porque se dirige aos cristãos em tempo de perseguição. Apresenta Jesus Ressuscitado como Senhor da história, e mostra como os cristãos devem anunciá-lo e testemunhá-lo sem medo, enfrentando até mesmo a própria morte.No total a Bíblia tem 73 livros. O 1º é o Gênesis e o último é o Apocalipse.

O ECO

Faça para o outro aquilo que você
deseja que o outro lhe faço
Um pai levou o filho ao parque de diversões. Lá, chamou a atenção do menino uma placa na qual estava escrita “Sala dos ecos”.
Curioso, o garoto perguntou ao pai o que era “eco”. Levando a criança até o local, o pai lhe explicou: “Meu filho, para tudo o que você disser nesta sala, imediatamente obterá resposta.”
O menino achou aquilo muito interessante e logo entrou na sala, gritando: “Buuurrrrooo!!!” E logo ouviu a resposta: “Buuurrrrooo! Buuurrrrooo!”
O garoto, não gostando do que escutou, revidou: “Feioooo!” E logo veio a resposta: “Feioooo! Feioooo!”
Cada vez mais irritado, o menino foi falando palavrões que voltaram para ele multiplicados. Então, desapontado e quase chorando, o menino pediu ao pai que o levasse embora daquele lugar, pois lá só havia pessoas mal-educadas.
Nesse momento, o pai explicou que o eco só estava repetindo aquilo que ele dizia. E prosseguiu: “Meu filho, se você quiser ouvir coisas boas, diga-as você primeiro.” E o pai começou a dizer: “Lindoooo!!” E o eco respondia: “Lindooooo!!” E em seguida: “Eu te amoooo!!” E ouvia a resposta: “Eu te amo!!”
O menino ficou maravilhado. E o pai completou, dizendo: “A vida e como um eco: devolve-nos aquilo que depositamos nela.”

A vida é como um eco: devemos dar para o outro aquilo que desejamos receber.
Para que sua família se transforme, faça para o outro aquilo que você deseja que o outro lhe faça.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Material sobre Bíblia

Olá amigo,

Segue em anexo novo material de formação e informação sobre curso bíblico, por correspondência que atende e muito as necessidades dos catequistas.
Esse material foi disponibilizado pelo colega Wilian, que deixou-nos divulgar aqui.

Se você tem algum material que fale de catequese e quer deixar disponivel para que todos tenham acesso, basta mandar um e-mail para: formadora.de.catequistas@gmail.com
Um grande abraço!
Excelente semana a todos.
É só apertar nos link´s e baixar

http://baixa.la/arquivo.php?id=6490276
http://baixa.la/arquivo.php?id=6627859
http://baixa.la/arquivo.php?id=9436709
http://baixa.la/arquivo.php?id=3384043
http://baixa.la/arquivo.php?id=7099984
http://www.baixa.la/arquivo.php?id=5251074
http://www.baixa.la/arquivo.php?id=2138534

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O Canto e a Música no Tempo do Ano Litúrgico

Joaquim Fonseca, OFM

O canto e a música devem expressar o mistério pascal de Cristo, de acordo com o tempo do ano litúrgico e suas festas. A seguir, breve orientação sobre o repertório litúrgico correspondente.

· Cantar o advento do Senhor

No início do ano litúrgico, ao longo de quatro semanas, a Igreja entoa um canto de esperança, àquele que está por chegar, o Príncipe da Paz, o Emanuel, Deus-conosco. Este canto, primeiramente entoado pelos profetas, João Batista e Maria continua ressoando no seio da Igreja que clama: “Vem, Senhor, nos salvar. Vem, sem demora, nos dar a paz”.
A gravadora Paulus registrou em dois CDs (Liturgia IV e VIII) o repertório para a liturgia deste tempo.

· Cantar o natal do Senhor

“Neste tempo cantamos o nascimento do Príncipe da Paz, com a euforia dos profetas e evangelistas de todos os tempos. E os pobres, ao nos ouvirem, acorrerão pressurosos até o presépio: É sobretudo para eles a boa notícia, embora seja de alegria para todos o povo” (Hin. Litúrgico - 1, introdução).
Os cantos para o tempo do natal encontram-se gravados no CD: “Litrugia – V”, da gravadora Paulus.
OBS: Não podemos deixar de resaltar, que depois de ter completado a sua coleção de cd´s liturgicos, a Paulus está mesclando os cd´s em especial os primeiros, pois aparentam está um pouco esquecidos pela comunidade que os ultiliza, conforme indicados no folheto do Semanário Liturgico - Catequético "O Domingo".

Está começando mais um ano... mas esse é Liturgico.

Advento, Tempo de Espera

Pe. Marcelo Rezende Guimarães

As primeiras comunidades, como testemunha o Apocalipse, tinham uma oração muito curta que expressa bem o desejo do seu coração: Maranatha! Vem, Senhor Jesus! (Ap 22,20). Infelizmente, depois, foi se perdendo e esvaziando este desejo de espera.
Seríamos muito pobres se reduzíssemos o Advento, simplesmente, a um tempo de preparação para a festa do Natal. O Advento é baseado na espera da vinda do Reino e a nossa atitude básica é acender e renovar em nós este desejo e este ânimo.
Num tempo marcado pelo consumo, é preciso que afirmemos profeticamente a esperança. No âmbito pessoal, intensificando o desejo do coração e retomando o sentido da vida. Mas as esperanças são também coletivas: é o sonho do povo por justiça e paz - “as espadas transformadas em arado e as lanças em podadeiras” (Is 2,4). E são também cósmicas: “a criação geme e sofre em dores de parto até agora e nós também gememos em nosso íntimo esperando a libertação” (Rm 8,18-23).
Cantar como resposta das preces “Vem, Senhor Jesus” pode ajudar a animar a esperança de nossas comunidades. Igualmente, depois da acolhida de quem preside, a comunidade poderia lembrar fatos e acontecimentos (não ainda preces ou intenções) que são para ela sinais de esperança e da vinda de Deus entre nós. Podem ser trazidos símbolos que evoquem tal luta ou acontecimento. Algum refrão, como “eu quero ver, eu quero ver acontecer”, certamente contribuiria para renovar a esperança.
“O melhor da festa é esperar por ela”, diz um ditado popular. A espera e a preparação de um acontecimento é, do ponto de vista humano, tão importante quanto este evento.
Daí a necessidade de fazermos uma avaliação do que significa e de como vivenciamos o tempo do Advento em nossas comunidades. Seria oportuno se as equipes de liturgia, ao prepararem as celebrações deste tempo, pudessem se colocar a seguinte questão: que importância damos ao tempo do Advento?
Vale aqui também lembrar o que escreve o liturgista Frei José Ariovaldo da Silva, na revista “Mundo e Missão”, dezembro de 2004: “Atualmente, muitas comunidades eclesiais, influenciadas pela onda consumista por ocasião das festas natalinas e de final de ano, estão assumindo o custume de enfeitar suas igrejas já bem antes de o Natal chegar. Em pleno tempo de Advento, que é um ‘tempo de piedosa e alegre expectativa’, já ornamentam suas igrejas com flores, pisca-piscas, árvores de Natal e outros motivos natalinos, como se já fosse Natal. Posso dar uma uma sugestão? Não sejam tão apressadas. Não entrem na onda dos símbolos consumistas da nossa sociedade. Evitem enfeitar a igreja com motivos natalinos durante o Advento. Deixem o Advento ser Advento e o Natal ser Natal. Enfeites natalinos dentro da igreja, só quando Natal chegar. Então, a festa com certeza será melhor. Sobretudo se houver na comunidade uma boa preparação espiritual”.
É preciso tomar o cuidado de não abortar o Advento ou de celebrá-lo superficialmente. Este cuidado nos levará a não antecipar o Natal, seja fazendo celebrações natalinas antes do previsto, seja usando ritos próprios da festa. Se cantamos “Noite Feliz” no dia 15 de dezembro, o que iremos cantar na noite do dia 24 para 25? Mas, também não podemos celebrar o advento como se Cristo ainda não tivesse nascido. A longa noite da espera terminou. O mundo já foi redimido, embora a história da salvação continue...

Perguntas para reflexão pessoal e em grupos

1. Quais são as práticas religiosas mais comuns no tempo do Advento?
2. Como viver e celebrar o Advento em nossa comunidade eclesial?
3. Qual a característica que marca a liturgia do tempo do Advento?

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Feriadão e Finados

Neste início de novembro vivemos um final de semana emblemático. Ele serve de divisor de águas entre a tradição de longa data e a modernidade imposta pela globalização avassaladora. Depende de como este final de semana é encarado.

Para alguns é um feriadão a mais, para ser aproveitado da melhor maneira possível, de preferência na praia, para esquecer os problemas e aproveitar o que a vida tem de bom.

Para outros, é o momento tradicional de lembrar os falecidos, visitar o cemitério, rezar pelos “entes queridos”, no “dia de finados” que a tradição lhes reserva com respeito e devoção.
Alguns poucos conseguem ir mais longe. Além de finados, celebram “todos os santos”, como manda a liturgia, estabelecendo assim a visão harmônica que a fé cristã oferece, integrando dimensões do destino humano que parecem contrastantes, mas que o mistério de Cristo ilumina e concilia.

Assim a fatalidade da morte, lembrada pelos finados, acaba se compondo bem com a certeza da ressurreição, simbolizada pelos santos. A perspectiva final da vida humana recebe um desfecho motivador, e integrador de todas as dimensões de nossa existência.
A obsessão de viver com intensidade o momento presente, sem relacioná-lo com o passado que pode lhe explicar a origem, nem com o futuro que pode lhe indicar o rumo, expõe a vida humana à precariedade de suas limitações.

A vida, que se quer viver com tanta voracidade, fica exposta ao perigo da banalização. Os exageros do álcool, e outros excessos, ultrapassam os limites da responsabilidade. Ficam criadas as condições para os acidentes que ceifam vidas, na maioria das vezes jovens e em plena exuberância de seus desejos de viver, que assim ficam frustrados para sempre. A extensão desta fatalidade é mensurada pelas cifras que no final de cada feriadão as autoridades do trânsito fornecem, numa liturgia que já se tornou indispensável. Fica esquecida a sábia advertência de São Paulo: “trazemos este tesouro em vasos de argila!”.
O feriadão acaba sendo reflexo do cotidiano da vida das pessoas. Quando faltam referências transcendentes, a vida fica exposta à precariedade dos seus impulsos. Se eles não são iluminados por valores que os conduzem, ficam sem critério de orientação.

Este o drama atual, que os professores experimentam diante dos alunos, os pais sentem diante dos filhos, e a própria Igreja vivencia diante de sua missão evangelizadora. Como oferecer razões de viver, para impregnar a vida com verdadeiras motivações, que levem à sua plena realização, como Cristo nos convida a fazer?
Celebrar o dia de finados não é deixar de viver com intensidade. Ao contrário, é acolher o mistério da vida em sua plenitude, integrando já agora o que parece contradizer a vida, como nos revela o mistério pascal de Cristo. Trata-se de compreender que a fé cristã não vem cercear a vida. Ao contrário, vem abrir as portas de sua plena realização.

A fé vem ao encontro dos anseios humanos, e se mostra muito coerente com eles. Já humanamente vislumbramos horizontes longínquos, que convidam a ultrapassar os limites da existência humana. Sentimos como é bom viver, como é harmonioso o universo, e como nele somos acolhidos. Já esta vida desperta o desejo de viver para sempre.

Toda a mensagem de Cristo se volta para nos garantir este projeto de vida plena. “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância” (Jo.10,10). “ Na casa de meu Pai há muitas moradas...Quero que onde eu estiver, estejais vós também” (Jo.14,2-3). Por sua vez S.Paulo, refletindo a convicção dos primeiros cristãos, afirma com esperança: “Se morremos com Cristo, com ele viveremos” (Rom.6,8).

Neste feriadão, deixemos entrar com suavidade e persistência a luz da fé cristã, com o bálsamo de consolo e de esperança que ela traz, tanto para nós como para os falecidos. E sintamos desde já a alegria de ver-nos incluídos na assembléia dos santos, para a qual Deus nos convida a participar desde agora!

*Dom Demétrio Valentini, 67, é bispo de Jales (SP)

Morte, encontro com o absoluto.

Dia de Finados acontecerá na próxima sexta feira.
O pensamento da morte não nos deixa colocá-lo de lado ou removê-lo com pequenas astúcias. A maioria de nós procura reprimi-lo. Empregamos notável parte de nossas energias para ter longínquo o pensamento da morte. Esforço psicológico para cobrir o que tende sempre a ser descoberto.

Alguns ostentam segurança de si mesmo, dizendo que sabem que devem morrer, mas não se preocupam excessivamente; pensam na vida e não na morte. É a posição do homem secularizado que procura ser independente da fé, e de Deus. Isso não é senão um de tantos modos com que se tenta exorcizar o medo.
Muitas pessoas tentaram dar resposta ao problema da morte. Os poetas não propõem soluções, mas tomam consciência de nossa situação. Parece vento impetuoso que levanta ondas altas do mar e não se sabe o que mais atingirá nem como, haja visto o tsuname. “Assim, diz um poeta, sou eu que sem rumo, giro pelo mundo, sem pensar de onde vim, nem para onde vou”.

Os filósofos tentaram explicar a morte. Não basta dizer como Epicuro que a morte é falso problema, porque “quando estou eu, não está ainda a morte, e quando está a morte eu já não estou mais”. Para o marxismo, a morte é preocupação da pessoa, e como não é a pessoa humana que conta, mas a sociedade, a espécie não morre. O homem sobrevive na sociedade que contribuiu para construir. O marxismo, porém, terminou, e o problema da morte ficou. O comunismo perdeu a batalha nos corações. Diante da morte não soube fazer outra coisa do que construir grandes mausoléus a Lênin e a Stalin.

Heidegger, filósofo moderno, disse que a morte não é incidente que põe termo à vida, mas é a substância mesma da vida. Não podemos viver senão morrendo, Cada minuto que passa é fragmento que queima nossa vida. Morro cada dia um pouco.
Em nossos dias difunde-se a doutrina da reencarnação. Quem se recordará do que foi ou fez em vidas precedentes? E a consciência de ser a mesma pessoa? Se existisse, seria não um suplemento de vida, mas de sofrimento; não seria motivo de consolação mas de susto. É como se dissesse a um encarcerado que ao fim de sua detenção sua pena foi redobrada e tudo deve começar de novo.
A carta aos Hebreus 9,27, afirma: “Foi estabelecido que os homens morrem uma só vez; depois dela vem o julgamento”. A fé cristã professa a ressurreição da morte.

O Documento de Aparecida dos Bispos da América Latina e Caribe nos diz: “Jesus Cristo nos foi dado, a plenitude da revelação de Deus, tesouro incalculável, a “pérola preciosa”, cf. Mateus 13,45-46, o Verbo de Deus feito carne, Caminho, Verdade e Vida dos homens e das mulheres, aos quais abre um destino de plena justiça e felicidade. Ele é o único Libertador e Salvador que, com sua morte e ressurreição, rompeu as cadeias opressivas do pecado e da morte, revelando o amor misericordioso do Pai e a vocação, dignidade e destino da pessoa humana”.

Mas a que serve pensar na morte? É necessário ou útil fazê-lo? Sim é útil e necessário. Serve antes de tudo a preparar-se e a morrer bem. Vale a pena recordar de novo o Salmo 89, 12: “Ensinai-nos a contar os nossos dias, e atingiremos à sabedoria do coração”. Não existe melhor ponto em que se colocar para ver o mundo, a si mesmo e todos os acontecimentos em sua verdade, do que no da morte.

A interrogação sobre a morte suscita e orienta para uma resposta, resposta que vem de Cristo, resposta que manifesta como na morte a vida se recria, se completa e se totaliza, “a criação mesmo espera com impaciência a revelação dos filhos de Deus” (Romanos 8,19), porque a experiência mortal foi vencida pelo Ressuscitado. O drama do “por que” permanece, mesmo se “as almas dos justos estão junto do Senhor; a escuridão da noite e das inquietudes existe mesmo se a luz de Deus, às vezes fraca e apenas palpitante para nossas pupilas doentes, nos conduz à uma festa de sol e de paz. O Senhor eliminará para sempre a morte.

Recordamos os nossos mortos, todos, os nossos e os outros, os grandes e os pequenos, os que têm um monumento e os que têm somente um pouco de terra que os cobre, recordamos como riquezas dadas por Cristo, como sinal do drama humano, como testemunho do encontro com a salvação.

*Dom Geraldo M. Agnelo, 74, é Cardeal Arcebispo de Salvador (BA)

Finados

Amanhã, as peregrinações ao cemitério se intensificam. Todos querem levar uma flor à sepultura daquele que partiu, deixando um vazio de tristeza aos que ficaram. Pode, para muitos, ser um dia de saudade e de recordação. Para nós, cristãos, a visão da morte é diferente. Não que não nos traga tristeza. Mas há, na recordação dos mortos, um luminoso raio de alegria.

No prefácio da Missa dos mortos, a Igreja lembra esta confortadora esperança: “Aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Para os que crêem, a vida não é tirada, mas transformada. E desfeita a nossa habitação terrestre, nos é dada no céu uma eterna mansão”.
O mesmo nos diz São Paulo (2° Cor. 5,1): Se nossa tenda for destruída, teremos no céu morada eterna, feita não por mãos humanas. É que para nós, cristãos, a morte não é o fim. É passagem, como o é a do nascimento da criança, que passa do escuro do seio materno para a luz do dia.

Não é possível fugir da morte. A vida, na visão do salmista (Salmo 89) é como a flor viçosa na madrugada que reabre em sorrisos para a aurora, mas que à tarde fenece e fica seca. Há, no culto dos mortos, talvez o desejo inconsciente de que eles estivessem vivos, bem perto de nós. Enfeitam-se os enterros de flores. Erguem-se monumentos nos cemitérios com afetuosas inscrições. Conservam-se nas paredes os retratos dos entes queridos. Temos medo de esquecer os nossos, que partiram. E eles não voltam para nos falar.

O Senhor Jesus já nos avisou. Por isto, é oportuno lembrar, no dia dos mortos, a colorida parábola, que São Lucas registra (Lc. 16,19) do homem rico e do pobre mendigo que vegetava na sua porta. Os dois morreram. Quando o rico pede ao Senhor para que o pobre volte à terra a fim de advertir os descuidados sobre o perigo de serem também eles castigados, a resposta divina é peremptória: a distância é intransponível. Não pode quem lá está voltar nem sequer para advertir os incautos. É a palavra do Mestre.

O que fazer pelos mortos? O 2º livro dos Macabeus (2º Mac. 12) responde: rezar por quem morreu, que é sinal de fé na ressurreição dos mortos. Dia dos finados – dia de oração em favor dos que partiram.

*Dom Benedicto de Ulhoa Vieira, 87, é arcebispo Emérito de Uberaba (MG)

Fonte: www.cnbb.org.br