sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Carta-resposta aos leitores Antonio Ricardo Viana Câmara e Alberto Sérgio de Carvalho Onofre.

Caros amigos leitores. Antes de ler esta carta-resposta, veja os link´s abaixo e entenda porque resolvi me envolver.
http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2007/12/18/327660881.asp
http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2007/12/18/327660907.asp

Texto referencia: O bispo e o Rio São Francisco e Dom Luiz, deixe o povo viver e trabalhar.
Fonte: Globo on-line (Opnião)

Mesmo não os conhecendo, e pela liberdade que a rede internacional de comunicação nos favorece expressar nossas opniões, venho através desta, demonstrar a minha resposta aos comentários citados nos textos redigidos.

Ciente dos fatos, a Igreja em momento algum se põe contra ou a favor da atitude de Dom Luiz. O que existem são opniões populares como direito de se expressar com vez e voz, o que cabe a qualquer individuo. Mesmo aqueles, dos quais se colocam “contra” essa decisão, simplesmente a mim cabe a mesma resposta daqueles que vivem a beira do sustento do velho Chico, “é preciso viver e conviver diariamente com ele e sentir os seus sofrimentos, que hoje são bem visíveis”.

O que as pessoas não querem abrir os olhos para a verdade e que se diz “escândalo”, é o fato de uma pessoa, com princípios humanitários, luta e dá a sua própria vida para a salvação de tantas outras. Talvez uma atitude semelhante a que Jesus Cristo tomou quando vivia junto aos pobres, doentes, prostitutas, rejeitados e pré-julgados mesmo assim não teve medo do escândalo em que os sumos sacerdotes achavam para época. E quando ouvimos e/ou lemos tais passagens bíblicas, para esta época não se encontra nenhum motivo para “polêmicas” e críticas a tais atitudes.

Do que temos medo? O que falta para sermos mais solidários com o nosso próximo e com os bens nos dado a custo algum? A verdade é que temos vergonha de expressar nossas indignações e revoltar que ficam escondidos, por muitas vezes, atrás de textos, charges, filmes e novelas. Mas nos esquecemos de muitas pessoas, santas ou não, que lutaram e deixaram de lado a “falsidade escrita” para a exposição e revolta contra a própria sociedade como Ir. Doroti, Chico Mendes, Tiradentes, Madre Tereza de Calcutá, Ir. Dulce entre tantos, que são esquecidos ao longo do tempo, e que fazem a construção de um povo que busca a sua dignidade. Quanto a Dom Luiz, mesmo se vier a óbito, nunca será esquecido pelo povo ribeirinho, que junto com eles está sofrendo a dor de se perder um bem tão precioso que é a água. Este bem que nos foi dado por Deus gratuitamente e por sermos egoístas não cuidamos nem zelamos e aos poucos será apenas mais uma história que fará parte de nossos livros para nossos filhos, netos e as suas gerações.

O exemplo de Dom Luiz, para mim, é um pouco da amostra de coragem que a igreja tem, desde o princípio, de lutar pela missão que lhe foi confiada, pois não existe luta sem que haja uma causa. E o que me dá mais tristeza é de saber que nada está sendo repassado a população dos diversos estados, assim como na primeira em 2005, a mídia demonstra agindo assim, apoiando o governo para que essa transposição aconteça “por debaixo dos panos” sem repercutir, e ao que nunca se foi perguntado ao povo brasileiro se ele quer ou não que essa transposição aconteça. Pois somo povos de decisão apenas nas eleições, quando damos nossos votos a quem não tem dignidade de ocupar um cargo e ser a favor deste terrorismo.

Casso essa “matança” aconteça, tenha pela consciência de que todos fomos avisados, sem que precisássemos de um vidente, guru a nos avisar. E que não matara uma ou duas vidas, mais sim todos aqueles que dependem dele, os ribeirinhos, os estados que são banhados de suas nascentes e por fim até aqueles a quem o governo iria favorecer.
Assim também nos ensina a Igreja no seu catecismo: § 401”A partir do primeiro pecado, uma verdadeira ‘invasão’ do pecado imunda o mundo: o fratricídio cometido por Caim e Abel; a corrupção universal em decorrência do pecado; na história de Israel, o pecado se manifesta freqüentemente e sobretudo como uma infidelidade ao Deus da Aliança e como transgressão da Lei de Moisés; e mesmo após a Redenção de Cristo, entre os cristãos, o pecado se manifesta de muitas maneiras. A escritura e a Tradição da Igreja não cessam de recordar a presença história do homem: o que nos é manifestado pela Revelação divina concorda com a própria experiência. Pois o homem, olhando para seu coração, descobre-se também inclinado ao mal e mergulhado em múltiplos males que não podem provir de seu Criador, que é bom. Recusando-se muitas vezes a reconhecer Deus como o seu princípio, o homem destruiu a devida ordem em relação ao seu fim ultimo e, ao mesmo tempo, toda a sua harmonia consigo mesmo, com os outros homens e com as coisas criadas”.

E pondo fim, que possamos lutar por nossos ideais, nos aprofundar ao que queremos e fazer a conscientização aos outros. Que aprendamos a conhecer tudo e a todos antes de pré-julgarmos uma atitude, pois só a Deus cabe o verdadeiro julgamento de nossos atos e só se luta por algo que conhece.

“Que todos tenha vida e tenha vida em abundância”.(JO. 10,10)
Que o Rio São Francisco, a Amazônia, fauna, flora, o ser humano aprendam a ter o direito de suas vidas.

Carinhosamente,
Caroline Gadêlha

Barreiras – Bahia, 21 de dezembro de 2007.
Às 12:03pm.