segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Presidência da CNBB inicia diálogo com o governo sobre Transposição do Rio e Dom Cappio

"Afirmamos nossa colaboração em tudo o que tive ao nosso alcance para retomar o diálogo entre Governo e dom Cappio", foi o que disse, hoje, o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, durante entrevista coletiva à impressa, após o encontro com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira, 12.
Participaram do encontro, solicitado pela Presidência da Cnnbb, dom Geraldo Lyrio Rocha; o secretário-geral, dom Dimas Lara Babosa e o assessor politio, padre José Ernanne Pinheiro. Do planalto, além do presidente da República, estiveram presentes os ministros do Ministério da Integração Nacional e da Secretaria-Geral, respectivamente, Geddel Viana Lima e Luiz Sulci, e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.
No encontro com o presidente Lula, dom Geraldo Lyrio e dom Dimas expressaram "a preocupação com a pessoa e a vida de dom Luiz Flávio Cappio", que hoje se encontra no seu 21º dia de "jejum e oração" e pédiram que "se estudem mais a fundo as implicações do projeto de tranposição da água do Rio São Francisco, bem como as propostas alternativas". A solicitação é para que "não se fixassem só na questão do projeto, mas que as possibilidades alternativas fossem igualmente examinadas", afirmou Dom Geraldo. Conforme o presidente da CNBB, o diálogo está apenas começando. A primeira atitude após este encontro com o Governo é transmitir ao bispo de Barra o que ocorreu no encontro com o presidente e ouvir de dom Cappio as suas propostas. Dom Geraldo disse, ainda, que o Governo "está interessado em encontrar uma saída para este momento. O governo não se mostrou fechado, nem intrasigente e está disposto a examinar todas as propostas alternativas", emvora "esta disposição não implique em abandonar inteiramente o projeto da transposição do Rio São Franscisco", afirmou.
Sobre dom Cappio, o presidente da CNBB disse tratar-se de um "homem muito reto, que tem consciência dos seus atos" e que ele conta com o "apoio dos irmãos bispos desde o primeiro momento. Já nos manifestamos várias vezes, inclusive com uma nota publicada quando dom Cappio iniciou o momento de jejum e oração. Ele disse, pessoalmente, em público, que considerou muito positiva a nota da CNBB e expressou muito agradecimento pela maneira como a CNBB vem se posicionando e conduzindo, de forma intermediária entre posições que são antagônicas", destacou dom Geraldo. Perguntando sobre a disposição de dom Cappio ir até ás últimas conseqüências com o jejum, caso suas reivindicações não sejam atendidas, dom Geraldo afirmou que a CNBB fará tudo para salvar a vida do bispo. "Tememos pela morte do bispo. Por isso, a CNBB conversou com o presidente da República. Queremos dom Cappio vivo. Ele é uma pessoa importantíssima para a diocese de Barra e para a Igreja no Brasil. Faremos tudo para salvar a vida de dom Cappio".
O secretário geral, dom Dimas Lara Barbosa, lembrou que em relação à transposição há muita desinformação, especialmente, em regiões que não são enolvidas pela questão. "Poucos sabem o que está em jogo", afirmu. "Eu sugeri que houvesse um esforõ da parte do Governo para explicar o que vem a ser a trnsposição, porque, parece-me, que não existe ainda suficiente informação da parte da população. Existe uma indiferença, uma apatia muito grande e, mesmo para quem vive na região e nos Estados que seriam os receptores, temos encontrados movimentos significativos que são contrários à transposição. Existem dezenas de ações judiciais em torno do projeto. Ele tem à implicações sociais, culturais e na própria dimensão simbólica do Rio São Franscico. Tudo isso exige um esclarecimento maior para a população", ponderou o secretário.
Após a coletiva, dom geraldo encontrou-se com o núncio apostóico, dom Lorenzo Baldisseri, para comunicar o que foi tratado na audiência com o presidênte Lula.
Fonte: www.cnbb.org.br - 12/12/07
QUE OBRA SEVE SER FEITA?
TRANSPOSIÇÃO:
  • 12 milhões de beneficiados (diz o governo);
  • 4 estados: Paraíba, Ceará, Rio Grande do NOrte e Pernambuco;
  • 397 municípios;
  • 6,6 bilhões (custo);
  • Concentra e encarece a água, impactos negativos, sobre o Rio São Francisco e sobre a comunidade ribeirinha e indígenas;
  • Divide o Nordeste, os Nordestinos e o Brasil;
  • Tem finalidades econômicas: 70% para irrigação, 26% para cidades e indústrias, 4% apenas para população rural.

ALTERNATIVAS (MOVIMENTOS SOCIAIS E D. LUIZ)

  • 44 Milhões de beneficiados: 34 milhões no meio urbano pelas 350 obras do Atlas Nordeste da ANA - Agência Nacional de Águas), 10 milhões no meio rural pelas tecnologias de captação e uso de água empregadas pela ASA (artiulação do Semi-árido Brasileiro);
  • 10 Estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhção, Piauí e Minas Gerais);
  • 1.356 Municípios: inclusive recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Salvador);
  • Desconcentra e socializa a água das barragens, açudes subterrânes, de chuva e adutoras a partir do Rio São Francisco;
  • TODOS APÓIAM;
  • Tem finalidades de abastecimento humano urbano e rural e produção agrícola sustentável.

Para se informar melhor acesse: www.umavidapelavida.com.br e assine nesta página o abaixo-assinado.